Em Mato Grosso 132 vagas foram abertas em 53 municípios para o programa Mais Médicos com a saída dos profissionais cubanos. Desse total, 7 cidades são apontadas como localidades de extrema pobreza, grupo no qual está inserido o município de Colniza (1.065 km a noroeste de Cuiabá) onde deverão ser contratados 5 profissionais. A cidade com mais vagas em aberto é Tangará da Serra (239 Km a médio-norte da Capital), localidade com maior quantidade de médicos cubanos atuando pelo programa: 15 no total. Confira a relação de todas as cidades no final do texto.

O edital, divulgado pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União, deve redistribuir cerca de 8,5 mil vagas em todo o País, para atuação em 2,8 mil cidades, além de 34 áreas indígenas. As inscrições para preencher as vagas foram abertas nesta quarta-feira (21) e prosseguem até o próximo domingo (25). Os médicos selecionados receberão salário de R$ 11,8 mil.

De acordo com o edital, no Estado 96 profissionais são destinados a 43 municípios, enquanto outros 26 são destinados para áreas indígenas. Antes do Ministério da Saúde Pública de Cuba anunciar o rompimento do acordo de cooperação com o programa, na última quarta-feira (14), eram 258 profissionais atuando em Mato Grosso. Os médicos cubanos representam mais de 50% dos profissionais atuantes pelo pelo programa do govern federal lançado em 2013.

Cuba optou por deixar o programa após uma divergência com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Em suas redes sociais, ele condicionou a continuidade do Mais Médicos à aplicação de teste de revalidação de diploma e que parte dos salários dos profissionais deixe de ser encaminhada à Cuba. O país, por outro lado, considerou a condição “. depreciativa e ameaçadora”.

O novo edital explicita que os profissionais contratados devem ser formados em uma instituição de ensino superior do Brasil ou ter um diploma revalidado no país.

“Este edital tem por objetivo realizar chamamento público de médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidado no Brasil para adesão ao Projeto Mais Médicos para o Brasil, para fim de alocação nas vagas ociosas de cooperação com organismo internacional, com finalidade de aperfeiçoar médicos na atenção básica em saúde em regiões prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz trecho do documento.

Criado em 2013, o Mais Médicos ampliou a assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. O programa conta com 18.240 médicos em mais de 4 mil municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), levando assistência para cerca de 63 milhões de pessoas.

O programa foi lançado com a proposta de fortalecimento da Atenção Básica do país. Conforme o Ministério da Saúde, a Atenção Básica é a porta de entrada preferencial do SUS que está presente em todos os municípios e próxima de todas as comunidades. É neste atendimento que 80% dos problemas de saúde são resolvidos.