Na tentativa de atrair a juíza aposentada e pré-candidata ao Senado pelo PSL Selma Arruda para a aliança pró-reeleição, o governador Pedro Taques (PSDB) já admite receber o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) no palanque. Para cortejar a possível aliada, o tucano até reforça o discurso de “honestidade” utilizado pelos apoiadores para defender o político conservador e de direita que se apresenta como novo, apesar de exercer consecutivos mandatos de deputado federal há 28 anos.
Pedro Taques admite a possibilidade de o PSDB abrir espaço para Bolsonaro em eventual aliança com Selma; partido quer lançar Alckmin para presidente
Polêmico, Bolsonaro já foi acusado de fazer apologia ao estupro, de racismo e de homofobia. Com dificuldade para abordar assuntos relacionados à economia, seu discurso tem sido voltado à defesa da liberação do porte de armas no Brasil.
“Nós não podemos ter preconceito em razão de pensamento. Temos que ter preconceito contra aquele que rouba e que desvia o patrimônio do povo brasileiro”, declarou Taques, sinalizando a disposição de receber Bolsonaro no palanque, mesmo com suas posições polêmicas.
Taques pontua que ainda não existe definição sobre aliança com o PSL de Selma. A magistrada poder formar chapa ao Senado junto com o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que já declarou não ter veto.
“Isso não está decidido de forma alguma. Temos conversado com a juíza Selma. Comemos um macarrão juntos na semana passada. Conversei com o deputado federal Victório Galli nesta sexta [13]. Não tem nada definido. Estamos pensando no Estado de Mato Grosso”. completou o governador, mencionando também o presidente estadual do PSL.
O curioso é que Taques já criticou Bolsonaro, dizendo que o Brasil não precisa de radicalismo e que a liberação de armas não resolve o problema do país. O presidenciável do PSDB Geraldo Alckmin, em recente visita a Mato Grosso, declarou que o possível adversário não chegará no segundo turno.