Sem comida, telefone e limpeza, Regional poderá fechar em 30 dias

20 de maio de 2017 - 00:19 | Postado por:

O Hospital Regional de Sorriso pode fechar totalmente as portas nos próximos 30 dias. A informação foi repassada pelo vice-presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Teles Pires, o prefeito de Itanhangá, Edu Pascoski (PR). “Estamos desesperados. Demos três, quatro sugestões. Vamos ter que fazer alguns sacrifícios, mas tem que ser de imediato, se não o hospital pode fechar as portas”, disse em entrevista nesta sexta (19).

Nesta manhã a empresa de lavanderia que presta serviços para a unidade emitiu um comunicado pra a direção do hospital, e informou que também vai suspender as atividades. “O pagamento dos funcionários é responsabilidade da empresa, mas ela está a seis meses sem receber”, afirma a diretora Lígia Leite.

Cconforme Lígia, outro agravante é a falta de alimentos, tendo em vista que apenas um supermercado fornece mantimentos, mas informou a direção que vai suspender a entrega por falta de pagamentos. Para tentar amenizar a situação, medidas de precaução são adotadas pela direção do hospital. “Eu tive que cortar a alimentação de alguns servidores que não fazem o plantão de 12h e infelizmente teremos que nos unir e cortar todo o tipo de gasto, porque não temos segunda opção.”

A dívida do governo com o hospital é de cerca de R$ 8 milhões. A diretora também conta que os médicos não recebem a três meses e que o último pagamento foi efetuado em fevereiro. Funcionários da lavanderia e empresa que recolhe o lixo hospitalar estão a seis meses sem receber, laboratórios e centro de imagem três meses, além de que há 20 dias o telefone da unidade foi cortado. “Acreditamos que na virada do mês nem ligações conseguiremos receber.”

O quadro de funcionários está defasado. Desde junho de 2015 houve a perda de aproximadamente 82 colaboradores e até então não foram feitas reposições, o que prejudica a assistência aos pacientes. “Eu não tenho como reduzir mais”, assevera Lígia.

Atualmente apenas atendimentos de urgência e emergência são realizados pela unidade hospitalar. Outros problemas também são enfrentados, como a falta de medicamento, por exemplo, e até um boletim de ocorrência foi registrado para tentar resolver a situação.

Outro lado

A secretaria estadual de Saúde (SES) emitiu nota e repassou que até o último dia 8 o hospital recebeu o montante de R$ 9,7 milhões, entre repasses federal e estadual, além do pagamento feito mediante bloqueio judicial no valor de R$ 3,1 milhão. Esse pagamento é relativo ao período de janeiro e fevereiro de 2017. Informou que o repasse referente a março não foi quitado até a presente data, e que aguarda a entrega da planilha de despesas de abril para efetuar o pagamento.

Em relação às pendências referentes de janeiro até março, o valor a ser pago é de R$ 3,9 milhões. Deste total, alguns processos aguardam certidões de fornecedores, principalmente ao mês de janeiro e também as notas fiscais que comprovam a prestação dos serviços, no caso das competências de fevereiro e março, cujos comprovantes só começaram a chegar à SES no início de maio.

Os processos com notas fiscais das competências de abril e maio também ainda não foram enviados à SES. A pasta informou que ainda existe uma dívida de 2016, no valor de R$ 272 mil, mas que já está na programação para pagamento.

Sobre a falta de pagamento para a empresa de lavanderia, a SES informa que os processos e as notas fiscais dos serviços prestados são analisados para que os pagamentos sejam providenciados. Quanto às despesas com alimentação, a secretaria efetuou no último dia 8 o pagamento de uma nota fiscal no valor de R$ 7,5 mil a pedido da diretora do hospital. Outra nota fiscal referente a uma compra no mês de março no valor de R$ 54 mil também já está na programação para ser paga.

Fonte: Rd NEWS

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