Em Mato Grosso, 36% do número de cigarros comercializados é proveniente do mercado ilegal. Isso corresponde a ao menos 337 milhões de unidades. Os dados são do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO).
Os produtos são procedentes, majoritariamente, do Paraguai, país fronteiriço de Mato Grosso do Sul e da Bolívia e chegam ao estado por meio das BR-163, BR-174 e BR-070. De 2015 para 2017, segundo a pesquisa, houve o crescimento de 15% no mercado ilegal no Centro-Oeste. Em Mato Grosso, no entanto, o número se manteve estável.
De acordo com o presidente do ETCO, Luiz Vismona, o valor do produto ilegal, que costuma ser mais baixo, é a principal causa do crescimento do contrabando no estado. A evasão fiscal chega aos R$ 55 milhões.
“Os primeiros pagam impostos, seguridade social, cumprem com os regulamentos técnicos e os ilegais não pagam nada. Esse fator estimula a demanda, o consumidor encontra preços mais baixos por força brutal da evasão de impostos”, explicou.
Para Vismona, o governo federal é responsável por atuar no combate ao crime organizado e no reforço das fronteiras. No Brasil, são apenas 2,9 mil servidores disponíveis para fiscalização das entradas, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, são 20 mil servidores.
“Em 2017, 44% dos cigarros vendidos no Brasil foram contrabandeados do Paraguai, o que gerou uma perda de arrecadação de quase R$ 10 bilhões aos cofres públicos, dinheiro que acaba financiando a escalada na violência”, completou.
http://www.gazetadigital.com.br/editorias/cidades/36-dos-cigarros-comercializados-em-mt-sao-do-mercado-ilegal/554129