Três dias após o início do motim na Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis (218 km ao Sul), a direção da unidade ainda contabiliza os prejuízos no raio 3, que havia sido reformado há pouco mais de dois meses.
Os cerca de 450 homens depredaram as quatro alas do raio 3, destruíram celas, quebraram paredes, grades, portas, usaram colchões de escudo e os queimaram para impedir a ação dos policiais penais. O fogo atingiu as instalações elétricas e hidráulicas, causando um prejuízo que ainda não foi calculado.
“Os colchões queimados, ou o que sobrou deles, não servem mais para o uso porque queimados são extremamente tóxicos e foram descartados. Porém, após o motim, os recuperandos receberam um kit contendo: colchão, forro de cama, cobertor e roupa de uso pessoal”, explicou o diretor da penitenciária, Ailton Ferreira.
Tudo o que foi depredado dentro da unidade foi limpo e colocado como entulho para ser recolhido por uma empresa de limpeza, como os restos dos colchões.
“Os recuperandos destruíram o patrimônio público, movimentaram todas as forças de segurança da nossa cidade; colocaram suas famílias em desespero e a população rondonopolitana em estado de tensão e agora vão responder por isso”, garantiu o diretor.
Foi aberto Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar quem iniciou o princípio de motim. Os presos cometeram falta grave ao tentar contra a vida de dois recuperandos custodiados pelo Estado, além do dano ao patrimônio público.
“Nós do Sistema Penitenciário não olhamos crime de nenhum recuperando ou facção que integra. Estamos aqui para cumprir as medidas que o Judiciário determina, e não negligenciamos no cumprimento nosso dever que é manter a ordem e a disciplina, porém sempre prezamos por um tratamento digno e humanizado à população carcerária que aqui se encontra”.
Desde 2012, a direção da Penitenciária da Mata Grande tem trabalhado para dar dignidade aos recuperandos e familiares, com várias reformas. Foram adquiridos ao longo desse tempo equipamentos e eletrodomésticos como (colchões, bebedouros, construção de banheiro aos visitantes) para que as famílias tivessem um local digno para utilizarem. Também foi construído o Espaço Visita com banheiro e fraldário.
“Ao longo dos anos, temos nos preocupado com a limpeza e a estética do ambiente interno, estamos restaurando, pintando, zelando e harmonizando os ambientes. As reformas e construções não cessam porque o ambiente físico é grande e há muito a ser feito ainda. Quando concluímos reformas importantes, os recuperandos fazem esse motim com o objetivo de matar outros recuperandos, demonstrando total intolerância com seus pares e desrespeito com seus familiares ao destruírem o espaço das visitas”, lamentou o diretor.
Fonte Nortao Noricias