Em uma decisão histórica, o TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso) acatou, nessa quarta-feira (30), a denúncia contra pecuarista, engenheiro, piloto e empresa por desmate químico de 81 mil hectares no Pantanal. O valor da multa pode chegar a mais de R$ 2,3 bilhões, e em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 410 anos de prisão.
O pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, o engenheiro agrônomo Alberto Borges Lemos, o piloto da aeronave, Nilson Costa Vilela e a empresa Aeroagrícola Asas do Araguaia Ltda realizaram essas ações em Barão do Melgaço, a 121 km de Cuiabá.
O dono da propriedade que gastou cerca de R$25 milhões em produtos pode ser responsabilizado pelos seguintes crimes:
Conforme a Lei nº 9.605/98, os restantes réus serão processados por 16 crimes ambientais, cada um correspondendo a uma conduta que causou danos ao ecossistema pantaneiro. Confira :
Diante do que foi apurado, o MPMT requer o pagamento de indenização pelos danos ambientais causados.
As investigações a existência de vastas áreas com vegetação nativa morta e/ou seca, apresentando sintomas característicos do uso de herbicida sistêmico nas áreas do pecuarista Claudecy Oliveira Lemes.
A promotora de Justiça Ana Luíza Ávila Peterlini explica que, ao final da investigação, foi apurado que a consumação dos crimes contou com a orientação técnica do engenheiro florestal denunciado e o auxílio da empresa que efetuou a pulverização aérea dos agrotóxicos nos imóveis rurais. Constatou-se ainda que, após a destruição da vegetação nativa, houve o plantio de gramíneas exóticas, conhecidas como “forrageiras”, para instalar e ampliar as atividades agropecuárias desenvolvidas.
Foi constatado que entre janeiro de 2022 e março de 2023, o denunciado empregou o valor de R$ 15,6 milhões na aquisição de agrotóxicos somente nesse período. Já em 2021 foram adquiridos pelo pecuarista cerca de R$ 2,4 milhões em produtos agrotóxicos.
Conforme as investigações, a aplicação dos produtos tóxicos aconteceu com aviões, o que agravou ainda mais a situação.
Primeira Pagina