O ex-presidente e atual candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.
A informação foi mencionada pelo petista para defender o movimento como um importante meio de produção rural no país.
o MST é responsável pela maior produção de arroz orgânico na América Latina, segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga). O Irga, vinculado ao governo do Rio Grande do Sul, é considerado referência para esse levantamento porque o Rio Grande do Sul detém a maior produção geral de arroz do Brasil, correspondendo a, segundo o instituto, cerca de 70% de todo o grão produzido nacionalmente.
Mas o Irga ressalta que a produção de arroz orgânico no Brasil é extremamente baixa quando comparada ao tipo mais comum nos pratos dos brasileiros, que é produzido com insumos como agrotóxicos. Para a próxima safra no Rio Grande do Sul, de janeiro a abril de 2023, a estimativa é de colheita de 865 mil hectares de arroz de todos os tipos.
Desse total, somente 5 mil hectares correspondem ao grão orgânico. Desse tamanho destinado ao orgânico, 4 mil hectares pertencem ao MST, em áreas de assentamentos da reforma agrária. O restante, pouco mais de mil hectares, pertence a outros produtores da região, que não são ligados ao movimento. Além disso, o movimento tem passado por dificuldade.
Para a próxima safra no Rio Grande do Sul, de janeiro a abril de 2023, a estimativa é de colheita de 865 mil hectares de arroz de todos os tipos. Desse total, somente 5 mil hectares correspondem ao grão orgânico. Desse tamanho destinado ao orgânico, 4 mil hectares pertencem ao MST, em áreas de assentamentos da reforma agrária. O restante, pouco mais de mil hectares, pertence a outros produtores da região, que não são ligados ao movimento. Além disso, o movimento tem passado por dificuldades em questões como o escoamento da produção do grão.
O discurso da agroecologia, antagônico ao agronegócio por não envolver insumos como adubo químico e agrotóxicos, passou a ser adotado pelo MST por volta do início dos anos 2000, segundo estudos acadêmicos. Foi justamente nesse período que famílias assentadas do MST começaram a plantar arroz orgânico. O Irga estima que o movimento passou a liderar a produção desse tipo de grão no país por volta de 2010, mas não há dados concretos que apontem exatamente quando isso ocorreu.
Entidades brasileiras relacionadas à produção rural afirmam não ter dados específicos sobre a produção de arroz orgânico relacionada ao MST.
A produção do arroz orgânico no MST é feita em 12 assentamentos em diferentes municípios do Rio Grande do Sul e envolve cerca de 340 famílias beneficiárias da reforma agrária. Esses números caíram nos últimos anos. Em 2017, por exemplo, eram 616 famílias em 22 assentamentos.
Em grande escala, os assentamentos do MST produzem arroz agulhinha longo fino, nas versões polido, integral e parboilizado. Em menor escala, também produzem arroz cateto, vermelho, arbóreo e negro.
Nos últimos anos, muitos produtores ficaram desestimulados diante das dificuldades para comercializar os grãos. Grande parte desse arroz costumava ser vendida por meio de iniciativas do poder público, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab.
O MST estima que nos últimos anos houve redução de até 40% nas compras de arroz orgânico por parte de entes públicos para alimentação escolar, área que prevê que no mínimo 30% das compras sejam feitas por meio da agricultura familiar – na qual a produção do movimento se enquadra.
Um fator que dificultou a venda nos últimos anos foi o auge da pandemia de covid-19, que manteve as escolas fechadas. Mas outro ponto, segundo o movimento, seria uma falta de incentivo do governo Bolsonaro à agricultura familiar.
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