A vereadora Flávia Bravo (PSBD) precisou sair escoltada pela Polícia Militar após sessão realizada na Câmara Municipal de Figueirão nesta segunda-feira (04). Ela afirma que foi hostilizada após votar a favor de emenda substitutiva ao Projeto de Lei 01 de 22 de Abril de 2020, o qual ela é coautora, que veta a contratação de parentes de até terceiro grau, por parte de autoridades que constituem os poderes Legislativo e Executivo do município.
Segundo ela, o ataque partiu de servidores que recebem gratificações abusivas e por familiares afetados com o projeto. “A motivação de mudança [por meio do projeto] se deu após a divulgação de um áudio no qual o presidente da Câmara oferece licitação e emprego na máquina pública em troca de apoio político. Isso é corrupção e campanha antecipada”, destacou a vereadora.
Outra motivação, afirma a vereadora, é o fato de ela sempre ter sido considerada base do prefeito, motivo pelo qual não deveria votar contra os interesses do grupo. “Respeito a todos e suas opiniões, mas a minha decisão não foi respeitada. Eu não vou ceder a pressões e chantagens. Votei com minha consciência de vereadora e também de sociedade em geral. E isso só serviu para eu ter certeza de que estou fazendo o que é certo para Figueirão”, pontuou.
Ainda segundo Flávia, o texto da emenda prevê que fica expressamente proibido contratar cônjuges, companheiros, parentes por consanguinidade até terceiro grau, parentes por adoção e por afinidade como, genros, noras e sogros das autoridades municipais dos Poderes Executivo e Legislativo, como prefeito, vice, vereadores e secretários. A proposta foi aprovada por cinco vereadores e segue para sanção do Executivo. “Sempre aceitei críticas e opiniões, são bem-vindas, mas falta de gentileza e equívocos sem dar oportunidade para explicações, isso não é democracia”.
A vereadora relata que ao final da sessão, foi abordada pelos servidores que se manifestavam no local e precisou ser conduzida pela PM até o carro. “Alguns lutam tanto contra a corrupção, falam tanto e na hora que tem a oportunidade de mudança, não querem por pensarem individualmente.Tenho certeza de que o povo da cidade , todos, merecem as mesmas oportunidades e não apenas parentes de políticos”.
Foram favoráveis ao projeto os vereadores Carlitão, Roni, Luciene, Flávia e Paulyane. Contra se posicionaram Edgar, Tiago e Marcelo. O presidente da Câmara, Antônio Nabhan, votaria apenas em caso de empate. Declarada da oposição, Paullyane Barbosa Amorim de Lima, do PTB, afirmou que o projeto é uma necessidade para corrigir uma distorção da gestão municipal que ocorre desde 2017, ano em que foi derrubado um projeto de lei contra o nepotismo aprovado em 2016. Para ela, a máquina pública tem sido usada em benefício de grupo privilegiado.
“A maioria dos servidores foram contratados pelo prefeito e tem relação de parentesco com vereadores da base. Além disso, têm sido contratadas empresas de parentes de vereadores para fornecer ovos de páscoa, servicos de buffet, entre outros serviços ao município. A Prefeitura para ter sido sitiada para atender um grupo de pessoas que estão ligadas a essas autoridades. Isso não é invenção, o teor do projeto está previsto na constituição, que proíbe nepotismo”.
FONTE: MS TODO DIA