JBS financiou Taques e foi beneficiada no governo em mais de R$ 1,5 bilhão

22 de maio de 2017 - 09:08 | Postado por:

A JBS/Friboi tem um comportamento audacioso frente as autoridades. Isso porque enquanto negociava delação contra Michel Temer usava informações privilegiadas repassadas pelo presidente para lucrar alguns bilhões. Na hora de prestar contas, dispôs a devolver R$ 1 bilhão contra os R$ 11 bilhões cobrados pelo Ministério Público (MPF).

Pedro Taques, outro dia, se gabava da JBS/Friboi ter negociado rapidamente acordo para devolver ao Tesouro quase R$ 400 milhões. O acordo foi após a entrada em cena do grupo de recuperação de dinheiro roubado (CIRA), comandado pelo Ministério Público (MPE). Mas há caroço nesse angú. A JBS/Friboi paga apenas 10% do valor devido porque tem no bolso muitas autoridades, inclusive membros do ministério público e do judiciário, sem contar todos os políticos possíveis.

Após isso, Taques foi intimado a se explicar na justiça, por ter feito essa negociação das pendências financeiras da JBS/Friboi, e em troca livrar a empresa de operações policiais, em acordo com o MPE.

O juiz da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, Luís Aparecido Bortolussi Júnior, negou a homologação do acordo firmado entre a empresa e o Ministério Público Estadual, após este ter ajudado o governo receber uma bolada a toque de caixa e de forma obscura. O acordo era receber o dinheiro e inocentar os investigados através da extinção parcial de uma ação civel que resultou no bloqueio de R$ 73,563 milhões da rede de frigoríficos.

Isenção Bilionária

Os números, no entanto são outros e superlativos. MT deveria arrecadar R$ 2,5 bilhões com seu rebanho bovino de mais de trinta milhões de cabeças, mas não chega a R$ 1 bilhão, em um negócio comandado pela JBS/Friboi em MT. O acordo entre a empresa e o governo poderia ter sido melhor, e o juiz do caso também estranhou a pressa e ausência de documentos.

Em matéria anterior, o Muvuca Popular já relatava o acobertamento que o governo de MT dava a JBS.

De acordo com o TRE, Wesley Batista, dono da Friboi e sócio de Fernando Mendonça na Global Participações doaram respectivamente R$ 100 mil e R$ 230 mil reais para a campanha de Taques somente em 2010, correspondendo a 30% de tudo que ele recebeu para se tornar senador.

A Global, por sua vez, é investigada pela PF por ser uma das empresas usadas no esquema para lavagem de dinheiro encabeçado pelo empresário Júnior Mendonça, dono da Amazônia Petróleo, da Global Fomento e pivô da Operação Ararath. Amigo e doador de campanha do governador, Mendonça é visto em festas em Duabai e circula livremente mesmo após todos os crimes.

Proteção

A JBS, de Batista, doadora de campanha e protetora da carreira política de Taques responde por nada menos que 3.110 acidentes de trabalho entre 2011 a 2014, sendo que 39% ocorreram na Amazônia Legal, principalmente em Mato Grosso, onde se concentra a maior quantidade de acidentes da empresa. O Ministério do Trabalho estima que o setor de frigoríficos em Mato Grosso responde por 30% a 35% das ações na Justiça do estado.

A venda de parecer do Ministério Público para a empresa a pedido do governador foi algo inédito no País, já que é a primeira vez, na República, que uma empresa pagou para não ser investigada, ou ter a investigação sobre si cessada, bem como o perdão dos crimes cometidos.

A dúvida do juiz que não aceitou isso, e da sociedade em geral é se esses R$ 376 milhões pagos pela JBS entraram 100% no Tesouro. Fontes do Muvuca Popular informam que um amigo e protegido de Taques, estaria trabalhando como executivo na JBS em São Paulo, onde foram realizados alguns encontros. A ligação é perigosa, e as investigações podem avançar nesse caso. Há quem diga que a própria delação de Batista vai revelar todos os esquemas envolvendo o governador de Mato Grosso.

Agiotagem

O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, denunciaram à Justiça a existência de um forte vínculo entre o presidente executivo do grupo JBS Friboi, Wesley Batista, e uma rede criminosa que atuavam no ramo de agiotagem, financiamento ilegal de campanhas eleitorais e lavagem de dinheiro desviado de cofres públicos em Mato Grosso.

As suspeitas de envolvimento da multinacional de carnes em operações ilegais no mercado financeiro e no submundo da política surgiu com o aprofundamento da chamada “Operação Ararath”, comandada pela procuradora da república, Vanessa Scarmagnani.

A operação desmontou um esquema de agiotagem, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e corrupção em Cuiabá, capital de Mato Grosso, que teria movimentado mais de R$ 500 milhões nos últimos anos.

A empresa investigada de corrupção financiou toda a carreira política de Pedro Taques, desde que ele concorreu ao senado, e foi uma das maiories doadoras da sua campanha vitoriosa ao governo de MT.

Em tempo: Na ocasião da venda de parecer do MP para acobertar os crimes da JBS em MT, o governo alegou que foi melhor dar um desconto à empresa, e receber logo, do que acionar a empresa por longos anos e correr o risco de nada receber. Porém, essa lógica não serve como justificativa. Quantos cidadãos não ficam anos a míngua com ações ganhas contra o estado e nunca recebem? O governo sempre alega, de modo cínico, através dos seus advogados (PGE), que por lei são obrigados a recorrer até o último recurso, ou seja, o governo usa a máxima “ganharam na Justiça, mas não levam”. A máxima serve apenas para o cidadão, e não para empresas que bancam campanhas políticas.

Fonte: http://muvucapopular.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

© Copyright 2016 TV Taquari Rede Record. Política de Privacidade.
Desenvolvido por: Agência Camargo