Ícone da longevidade, o quilombola mato-grossense, Antônio Benedito da Conceição, o Antônio Mulato, referência no quilombo de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, chega nesta terça (12) aos 113 anos. Conhecido pela resistência e peripécias – até os 111 anos conseguia fazer flexões – desta vez enfrenta problemas de saúde, que se fragilizou desde a perda de um dos filhos e da última esposa.
Na escola de Livramento, receberá homenagens de parabéns nesta terça. Na família, está previsto um almoço no próximo domingo (17). Diferentemente das festanças que marcavam o aniversário dele, que gosta de dançar e namorar.
Atualmente, ainda lúcido, Antônio Mulato tem dificuldade para escutar e falar. Mas a memória é intacta. Ainda lembra de fatos históricos, como a abolição da escravatura, registrada apenas 17 anos antes o nascimento dele.
Segue sendo acompanhado por geriatra e toma remédios para controlar a pressão alta, labirintite e calmante, já que tem tido algumas crises de ansiedade. “Grita, fica agitado”, detalha a filha dele, Marcela Conceição, com quem mora em Livramento. “Levei meu pai para morar comigo, depois de uma vida no quilombo, porque é mais fácil para cuidar”, alega.
Outra preocupação da filha é a falta de apetite do pai. Mesmo assim, com ajuda médica, conforme última pesagem,engordou 3 kg. “Quando a gente pensa que vai ruir, ele se recupera, é surpreendente”, comenta.
No Facebook, Marcela deixou uma mensagem. “Deus te abençoe infinitamente. É privilégio ter um pai com 113 anos. Obrigada Meu Deus por este presente”. Segundo ela, o recorde de longevidade não importa tanto à família quanto o bem estar do centenário. “O que quero é que esteja bem. O tempo que ficará entre nós eu deixo nas mãos do Pai”.
Antônio Mulato é um dos homens mais velhos do mundo.