Dois ex-alunos de uma escola de Suzano, na Grande São Paulo, invadiram o local e atiraram contra estudantes e funcionários deixando pelo menos 8 mortos e 10 feridos na manhã desta quarta-feira (13), segundo a Polícia Militar. Os dois atiradores se mataram na sequência, somando 10 mortes.
A polícia identificou os atiradores como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Monteiro teria sido expulso da Escola Estadual Raul Brasil em 2018 após ter “problemas”, segundo o secretário de Segurança Pública, general João Camilo de Campo.
Entre as vítimas, estão cinco estudantes: Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino – este último morreu a caminho do hospital. As idades não foram divulgadas, mas os jovens teriam entre 15 e 17 anos.
Também foram assassinadas a coordenadora-pedagógica da escola, Marilena Ferreira Vieira Umezo, e a agente de organização escolar Eliana Regina de Oliveira Xavier.
A oitava vítima foi atingida fora da escola. Jorge Antônio Moraes era dono de uma locadora de carros e foi baleado quando os atiradores roubaram um Onyx branco com o qual foram até o colégio. Moraes chegou a passar por cirurgia, mas morreu no hospital.
A escola tem cerca de 1.600 alunos nos ensinos fundamental (do sexto ao nono anos) e médio e cursos de línguas. Pela manhã, no entanto, só funciona o ensino médio e o curso de línguas.
Aos jornalistas, o comandante-geral da PM de São Paulo, coronel Vieira Salles, disse que os dois atiradores – um deles usando uma máscara de caveira – entraram pela escola pelo portão da frente, no horário do intervalo, pouco depois das 9h30.
Eles se dirigiram primeiro à coordenação da escola, onde atiraram na coordenadora e na funcionária, e depois foram para o pátio, onde mataram 5 estudantes.
Na sequência, seguiram para a área onde são dados cursos de línguas, mas a professora conseguiu trancar a sala e os dois atiradores se mataram no corredor.
Eles estavam usando um revólver calibre 38 e uma besta (arma medieval que funciona com flechas), além de portarem 4 jet loaders (para recarregamento de arma). Foram encontrados ainda uma machadinha e um arco e flecha com os corpos dos atiradores.
A escola foi esvaziada após a polícia encontrar artefatos que se assemelhavam a bombas caseiras. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do Batalhão de Choque, verificou no fim da manhã no local os possíveis explosivos, e descartou que fossem bombas.
Um vídeo de uma câmera de segurança na rua em frente à escola mostra os dois atiradores parando com o Onyx branco em frente ao portão do colégio, que estava aberto, e entrando tranquilamente. Um deles carregava uma mochila.
Outro vídeo, gravado por uma câmera de segurança de uma loja na rua de trás do colégio mostra estudantes pulando o muro e correndo em desespero por volta das 9h40 para escapar dos tiros.
O governador de São Paulo, João Doria, cancelou sua agenda e foi até a escola por volta das 11h da manhã para acompanhar o trabalho de resgate e atendimento aos feridos. Também foram para Suzano os secretários de Educação, Rossieli Soares, e de Segurança, general João Camilo de Campos.
″É a cena mais triste que eu já assisti em toda a minha vida”, disse Doria aos jornalistas, com a voz embargada.
Até as 15h30, o presidente Jair Bolsonaro, que é extremamente atuante nas redes sociais, não havia se manifestado sobre a tragédia em Suzano.
Ele chegou a postar um tuíte sobre o aumento da produção da safra do milho, mas não lamentou as mortes na escola da Grande São Paulo.
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lamentou “o grave atentado à Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), que provocou o trágico assassinato de crianças e funcionários” e prestou “solidariedade aos familiares neste momento de dor e tristeza”.
“Os fatos ainda estão sendo apurados pelas autoridades competentes e o Ministério se coloca à disposição do governo do estado de São Paulo”, completa o texto.
https://www.youtube.com/watch?v=ZpFY4t57HpQ