Apesar da desvalorização de mercado, o apurou que a aeronave entregue pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) à Justiça, como parte dos bens, que visam ressarcir os recursos desviados dos cofres públicos, foi valorizado em 80%, para ser dado como aval.
Quando apresentou sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, em 2010, para a campanha ao Governo do Estado, o avião Sêneca, prefixo PT- VRX, modelo EMB-810D, valia R$ 500 mil. Quase sete anos depois, o avião foi entregue ao Judiciário avaliado em R$ 900 mil, ou seja, ao contrário de outros bens duráveis, que perdem valor ao logo do tempo, o do político valorizou R$ 400 mil.
Outro fato que chama a atenção é o crescimento do poder financeiro do ex-governador. Em apenas 84 meses, período em que esteve à frente do Governo, Silval teve o montante de seu patrimônio acrescido em mais de 2.200%, isso comparando apenas com os bens entregues nas ações da Operação Sodoma, já que em 2010 tinha apenas R$ 2 milhões.
Nesta semana, SB confessou crimes e disponibilizou para bloqueio, na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, quase R$ 47 milhões em bens, como duas Fazendas – denominadas Serra Dourada 1 e 2 – localizadas no município de Peixoto de Azevedo, nos valores de R$ 4 milhões e 33 milhões, respectivamente, além de um imóvel localizado em Cuiabá, avaliado em R$ 1 milhão, entre outros. Em 2005, o então deputado estadual, declarou R$ 550 mil em bens.
Em contrapartida à confissão e entrega de bens, a juíza Selma Arruda reverteu, na tarde de terça-feira (13), a prisão fechada do ex-chefe Executivo estadual em prisão domiciliar. Silval estava preso há quase dois anos no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), acusado de liderar um esquema de corrupção no período em que esteve à frente do Governo do Estado.
Segundo a magistrada, além dos bens bloqueados, outros pontos motivaram a Justiça a autorizar prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, ao ex-governador.
“O réu explica que em razão de sua nova postura defensiva e de boatos de que estaria negociando colaboração premiada tem se sentido inseguro no interior do cárcere, já que tem sido pressionado por pessoas as quais se compromete a identificar futuramente, que temem ser citadas em eventual celebração de acordo de colaboração premiada”, diz trecho da decisão.
Fonte: Reporter MT