Esquema de drogas delivery tem 10 mil clientes na Grande Cuiabá; maioria da elite

5 de março de 2020 - 14:53 | Postado por:

Drogas sint�ticas - vendidas na Grande Cuiab�

Esquema delivery caiu no gosto dos clientes de alto poder aquisitivo por ser rápido, cômodo e discreto. Na maioria das vezes, clientes pedem pelo celular

Políticos, colunistas sociais, autoridades do Poder Judiciário, filhos de delegados, empresários, advogados, médicos e até jornalistas estão entre os mais de 10 mil adeptos à nova modalidade de compra de drogas, o “Tráfico Delivery”. Atualmente, segundo apuração do site , a distribuição do entorpecente, especialmente a sintética, é feita em domicílio, na casa do comprador, no trabalho e em boates.

A entrega funciona tão bem, que chega a ser mais rápida do que a chegada de uma pizza pedida por aplicativo.  Para conhecer este esquema de perto, a reportagem foi a fundo nesse “novo negócio” e mostra, em uma reportagem especial, como funcionam as entregas de drogas na Grande Cuiabá.

O esquema, que cresce cada dia mais, caiu no gosto da elite local por conta da comodidade e, é claro, a tão famosa discrição que alta sociedade exige, até porque a maior parte dos pedidos ocorre por aplicativo de celular.

Justamente por essa facilidade, a comercialização delivery vem se expandindo e ganhando adeptos em todo o Estado. Os traficantes fazem entregas em baladas, casas noturnas, condomínios de luxo, cafés, shoppings centers e até repartições públicas.

Escama Colombiana (um pó considerado a droga da euforia), cocaína, maconha, LSD, Ecstasy, Loló, anfetamina e anabolizantes estão entre as preferidas, revela repórter

Para mostrar um pouco de como esse “negócio” lucrativo acontece e a estruturação da rede criminosa, a reportagem entrevistou agenciadores (traficantes), distribuidores e até clientes, que aceitaram falar, mas sem qualquer subsídio que possa culminar na sua identificação.

A comercialização

Cliente, agenciador, pontos de segurança, traficante e distribuidor. É exatamente nessa ordem que está organizada a pirâmide do esquema de “drogas Delivery” na Grande Cuiabá. Todo esse pessoal se organiza para fazer chegar aos clientes entorpecentes como a Escama Colombiana (um pó considerado a droga da euforia), cocaína, maconha, LSD, Ecstasy, Loló, anfetamina e anabolizantes.

A entrega propriamente dita é realizada geralmente por motoristas de aplicativo que são contratos por membros da organização para fazer esse tipo de trabalho extra. Estas pessoas entregam a droga em qualquer lugar e no horário determinado pelo cliente.

Durante quatro meses, a reportagem observou a movimentação e a conversa de membro do esquema em baladas e casas noturnas da Grande Cuiabá e presenciou a compra de drogas sintéticas nesses locais.

Uma das substâncias ilícitas mais procuradas nestes ambientes são comprimidos de Ectasy, que ganharam nomes mais atrativos como “Tomorrowland” ou Ikea verde. Eles são os mais vendidos nas baladas. Muitas vezes, esses comprimidos são colocados em bebidas pela própria pessoa ou por terceiros, que os consomem normalmente.

As regras

Em uma balada a movimentação é grande, mas para conseguir uma determinada droga não é tão simples e o comprador precisa seguir alguns passos, respeitando a hierarquia do esquema. Inicialmente, para ter acesso a um revendedor, o cliente precisa ser apresentado a ele por agenciador

Em seguida, mesmo em um camarote em plena meia-noite, é necessário que um “ponto de segurança” (outro participante do esquema), confirme a sua indicação para garantir que o “novo cliente” é de estrema confiança e não vai entregar o grupo à polícia.

O próximo passo trata-se da transferência do dinheiro. Na maior parte das vezes, o pagamento ocorre via aplicativo de banco, ainda dentro da boate. Tudo acontece em menos de 30 minutos. Para facilitar, o traficante tem conta em todos os bancos, as vezes no próprio nome, ou de terceiros para receber os pagamentos.

Alguns pagam o valor em espécie ao entregador, que está na festa e faz a entrega de forma discreta.

O mercado

 É como ligar um aparelho de 110 volts em uma tomada de 220. Esse é o efeito da cocaína com alto teor de pureza quando cai na corrente sanguínea

Cliente

Pelo menos 200 traficantes, com uma cartela ampla clientes, atuam de forma autônoma no mercado. Apenas 15% deles são faccionados ao Comando Vermelho. Sendo oficialmente o fornecedor de cocaína em Mato Grosso, o CV é o distribuir do pó.

Isso tem razão de ser. O Comando Vermelho apesar de ser o maior fornecedor de cocaína de Mato Grosso, distribui o pó, que tem apenas 85% de pureza e não agrada o tipo de clientes que compram droga delivery, que é “louco” pela a chamada “escama colombiana”, cocaína com alto teor de pureza. “É como ligar um aparelho de 110 volts em uma tomada de 220. Esse é o efeito da cocaína com alto teor de pureza quando cai na corrente sanguínea”, explica um cliente.

Os distribuidores dessa “iguaria” têm um forte esquema de busca do material para conseguir atender os 300 clientes que procuram pela droga de primeira.  De olho em um mercado em expansão, traficantes atendem à demanda e chegam a faturar R$ 120 por cada grama de pó comercializado.

Já a Maconha conta atualmente 50 distribuidores que levam o produto de carro ou moto até onde a pessoa precisar. Em alguns casos, inclusive, tem gente que pede o material para ser entregue no trabalho ou em ruas pouco movimentada.  A quantidade de clientes, não é possível estipular, uma vez que é o produto que mais se vende.

Fonte: RDNEWS

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