As chamas que consomem o Pantanal há mais de 40 dias já destruíram o equivalente a 802 campos de futebol. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio no bioma mato-grossense já atingiu 573 mil hectares até 31 de agosto.
O Instituto Centro de Vida (ICV) apontou que a área devastada é 9 vezes maior que o desmatamento ocorrido na região nos últimos dois anos, que somou 59.950 hectares desmatados, entre 2018 e 2019.
Considerando os dados dos bombeiros, que atuam no combate as chamas, o bioma já queimou o equivalente a 802 campos de futebol – 1 hectare equivale a aproximadamente 1 campo de futebol. Desses 573 mil hectares, é possível dizer que Cuiabá corresponde a 57% do total da área queimada, uma vez que a Capital mato-grossense ocupa uma área de 329 mil hectares.
De 1º a 31 de agosto deste ano, o Pantanal registrou o segundo maior número de queimadas de sua história, desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram 5.935 focos de calor detectados. O ano com maior número foi 2005, com 5.993 registros no mês.
Somente em agosto, 4.215 focos foram registrados. No mesmo período do ano passado, 800 focos foram contabilizados, o que representa um aumento de 426% de queimadas só no mês passado.
Ainda de acordo com o Monitor de Queimadas do ICV, os municípios com maiores focos de calor do Pantanal são Poconé (104 km ao sul da Capital), Barão de Melgaço (113 km ao sul) e Santo Antônio do Leverger (34 km ao sul) . Inclusive, esse ano Poconé é a terceira cidade do país com mais queimadas.
A ferramenta ainda demonstra que os focos de calor se encontram em imóveis rurais do Cadastro Ambiental Rural (CAR) (3,3 mil focos), área rural não cadastrada (1,2 mil), UC de proteção integral e domínio público e em terra indígena (148).
Nas terras indígenas, a Baia dos Guató registrou 90 focos, seguido por Perigara com 48 e Tereza Cristina, com 11 focos.
O Pantanal é considerado a maior planície de inundação do planeta, englobando o sudoeste do Mato Grosso, o oeste do Mato Grosso do Sul, e parte do Paraguai e Bolívia. Este ano, o período de seca chegou mais cedo e segundo dados do Instituto Centro de Vida (ICV) para o monitoramento dos focos de calor, as queimadas aumentaram 530% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: Gazeta Digital