Laranja de João Baird que movimentou mais de R$ 6 milhões, costarriquense deve se apresentar nesta quarta-feira à PF

28 de novembro de 2018 - 12:42 | Postado por:

Romilton Rodrigues de Oliveira é um dos alvos da Operação Computadores de Lama

Deve se apresentar nesta quarta-feira à Polícia Federal o trabalhador rural de Costa Rica Romilton Rodrigues de Oliveira, um dos alvos de mandado de prisão da Operação Computadores de Lama, sexta fase da Lama Asfáltica deflagrada ontem pela Polícia Federal, juntamente com a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União.

Romilton seria laranja do empresário João Roberto Baird, proprietário da Itel Informática e um dos chefes do esquema que envolve outras pessoas ligadas ao ex-governador André Puccinelli, hoje preso.

Conforme apurado, Romilton estava em uma propriedade na zona rural de Costa Rica e irá se apresentar à Superintendência Regional da PF em Campo Grande hoje. Com salário modesto de R$ 1,3 mil, ele era usado no sistema de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações de produtos de informática e lavagem de dinheiro, e de acordo com investigações da PF, movimentou fortuna de R$ 6,536 milhões nos últimos anos, inclusive em contas no exterior.

Além de Romilton e Baird, também foram alvos André Luiz Cance, ex-secretário adjunto da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) na gestão Puccinelli, e Antônio Celso Cortez, empresário da PSG Informática. Conforme denúncia, em 2009 Romilton era funcionário da fazenda da companheira de Baird, em Costa Rica, e ganhava os R$ 1,3 mil mensais. Em 2016, durante a segunda fase da Lama Asfáltica, Romilton declarou renda anual de aproximadamente R$ 13 mil e R$ 20 mil em bens.

No entanto, nas recentes investigações a PF descobriu que ele era “sócio” da empresa Ganadera Carandá Sociedade Anônima, no Paraguai, e constantemente repatriava recursos milionários. Na verdade, ele era mais um laranja do grande esquema montado pela organização criminosa. Eles fraudavam licitações e repassavam parte do dinheiro desviado para advogados que simulavam prestações de serviço. O dinheiro era transferido para um doleiro que enviava para o Paraguai e depois repatriava ao Brasil, boa parte, em nome de Romilton.

Esquema

Em nota, a PF disse que as investigações foram baseadas, em especial, nas remessas clandestinas de valores para o exterior realizadas por proprietários de empresas de informática investigadas nas fases anteriores da Operação Lama Asfáltica.

A deflagração da Operação Computadores de Lama decorreu da análise dos materiais apreendidos nas fases anteriores, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas. As investigações também têm como objetivo apurar desvios de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas em contratações de serviços de informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de contratos para o repasse de recursos ilícitos e utilização de “laranjas” para ocultação patrimonial.

Os prejuízos causados ao erário, somando-se todas as seis fases da Lama Asfáltica, consideradas as fraudes, valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e as propinas pagas a integrantes da Organização Criminosa passam dos R$ 432 milhões. Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão.

FONTE: MS TODO DIA

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