A condenação é resultado da Operação Coverage, deflagrada em agosto de 2019
O Tenente-coronel da PM e vereador cassado, Marcos Paccola (Republicanos), foi condenado nessa sexta (16), pela Vara Militar de Cuiabá, a quatro anos e seis meses de reclusão por crime de falsidade ideológica e inserção de dados falsos no sistema da Polícia Militar visando alterar o registro de uma arma utilizada em homicídios ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande.
A condenação é resultado da Operação Coverage, deflagrada em agosto de 2019, que investigou a alteração no registro de uma arma de fogo usada em 7 homicídios apurados durante a Operação Mercenários.
A ação mirou uma organização criminosa composta por 6 policiais militares, 6 vigilantes, dois informantes, dois homens identificados como mandantes e um apontado como intermediário entre o grupo e os contratantes.
Conforme a decisão do magistrado Marcos Faleiros, Paccola vai responder inicialmente em regime aberto.
“Ante o exposto, julgo procedente o pedido da Ação Penal Pública, nos seguintes termos: CONDENO o réu TE CEL PM MARCOS EDUARDO TICIANEL PACCOLA, pela prática dos crimes previstos no artigo 312, do CPM (falsidade ideológica) e art. 313-A do Código Penal (Inserção de dados falsos em sistema de informações), sujeitando-o à pena privativa de liberdade de 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de reclusão, pena que será cumprida inicialmente em regime aberto”, determinou o juiz.
Além de Paccola, o 2º tenente Cleber de Souza Ferreira, também condenado por falsidade ideológica, sob pena de um ano e seis meses de reclusão em regime aberto. A condenação não vai resultar na perda do cargo de tenente por ter sido condenado a pena inferior a 2 anos.
Mandato cassado
Paccola teve o mandato de vereador cassado pela Câmara Municipal de Cuiabá por quebra de decora parlamentar, por atirar e matar o agente do socieducativo, Alexandre Miyagawa, de 41 anos, no último dia 1 de julho deste ano, com três disparos pelas costas.
Inicialmente, o vereador havia alegado ter visto uma discussão entre Alexandre e sua namorada, Janaina Sá, no bairro Duque de Caxias, quando o agente sacou uma arma para o alto. Por “suspeitar” de que a mulher seria executada, atirou contra Miyagawa.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), indiciou Paccola por homicídio qualificado, argumentando que o tenente agiu com desejo de se promover com um ato de “bravura”, já que desejava buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa neste último pleito.