número de indivíduos com obesidade vem aumentando a cada dia e, com isso, a quantidade de pacientes que procuram pela cirurgia bariátrica para perder peso também aumenta. Para se ter uma ideia, o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil aumentou cerca de 47% entre 2012 e 2017, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
De acordo com a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, após uma grande perda de peso, pode surgir um excesso de pele em alguns locais do corpo, como abdômen, braços, pernas, seios e nádegas, que causa grande incômodo para os pacientes. “Além da questão estética, a pele que foi esticada pelo excesso de gordura e não voltou a contrair totalmente após o emagrecimento, pode levar a complicações, como dificuldade na movimentação e umidade nas dobras de pele que predispõe a infecções por fungos por exemplo”, explica a médica. Nestes casos, é indicada a cirurgia reparadora, conhecida por muitos como cirurgia plástica pós-bariátrica.
Realizada sob anestesia geral, a cirurgia reparadora visa a retirada do excesso de pele e a devolução do contorno corporal através de uma série de procedimentos que dificilmente são realizados em uma única etapa cirúrgica, pois o risco cirúrgico aumenta quanto maior for o tempo e tamanho da cirurgia. “A cirurgia reparadora pode incluir procedimentos como abdominoplastia ou dermolipectomia abdominal, que retira o excesso de pele do abdômen, lifting facial, que remove a flacidez do rosto, mamoplastia, que visa reposicionar as mamas e pode ser combinada com a colocação de próteses de silicone, torsoplastia, que consiste na remoção do excesso de pele do dorso, dermolipectomia de coxas e braquioplastia, para retirar excesso de pele de braços”, destaca a médica. O resultado é visível quase imediatamente após o procedimento.
Mas, segundo a especialista, antes de recorrer ao cirurgião plástico é preciso retornar à equipe que realizou sua cirurgia bariátrica para verificar se você está apto a passar pelo procedimento, a fim de evitar complicações. “Os pré-requisitos para a realização da cirurgia reparadora incluem estar com o peso estabilizado há ao menos 6 meses para evitar que haja variação do peso após a cirurgia, o que pode comprometer o resultado, e evitar variações individuais do ponto de vista nutricional e psicológico, pois o mais importante é a saúde do paciente”, completa.
Entre os riscos da cirurgia reparadora estão complicações como o aparecimento de seromas, hematomas, infecções e embolia. Mas é possível evitar estes problemas através de alguns cuidados, como avaliação clínica pré operatória adequada, parar de fumar pelo menos um mês antes da cirurgia, evitar medicamentos anticoagulantes para diminuir o risco de sangramento durante o procedimento e utilizar medidas anti trombose durante a cirurgia. “Após a cirurgia, o tempo de internação é de cerca de um dia, mas caminhar e movimentar-se o mais breve possível é vital para diminuir risco de trombose pulmonar. Podem ser necessários drenos nos locais operados para evitar hematomas e ceromas (acúmulos de líquido no local operado) e também o uso de bandagem elástica para minimizar o inchaço e sustentar os novos contornos à medida que cicatrizam”, afirma a cirurgiã.
Além disso, após receber alta, é necessário resguardo por um período de 15 dias a um mês. Durante esse tempo é importante que você não fume ou consuma álcool e evite carregar peso ou realizar exercícios físicos. “É essencial também que, após o pós-operatório, você adote uma alimentação saudável, pratique atividade física regularmente e cuide bem da pele para manter os resultados alcançados com a cirurgia plástica”, recomenda a Dra. Beatriz Lassance. “Porém o mais importante é que você consulte um profissional especializado antes de realizar qualquer procedimento e siga as recomendações dele após a cirurgia.”