Após mais de 40 dias de mobilização, a campanha nacional de vacinação contra sarampo e poliomielite termina nesta sexta-feira (14) com o desafio de elevar a cobertura em 15 estados e no Distrito Federal.
Já em nível nacional, dados do Ministério da Saúde apontam que o índice de vacinados está próximo de alcançar 95% do total de crianças de um ano a menores de cinco anos.
Abaixo desse parâmetro, apontado como meta, a pasta considera que há risco de retorno de doenças.
Balanço preliminar da pasta divulgado às 10h de sexta-feira apontava que cerca de 94,2% das crianças já tinham sido vacinadas contra sarampo e 94,3% contra poliomielite.
Apesar de estar perto da meta, análise dos dados estaduais aponta cenário heterogêneo no país.
Até a manhã de sexta, apenas 11 estados já tinham atingido a meta. Eram eles: Amapá, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe.Entre os demais, os índices de cobertura variavam entre 79,9% e 94%. Destes, o menor índice era registrado no Rio de Janeiro.
Já análise dos dados dos municípios aponta que sete em cada dez já tinham cumprido a meta.Questionado, o ministério informou que um novo balanço deve ser divulgado apenas na segunda-feira (17). Nos bastidores, a avaliação é de que houve pouca alteração nos dados nos últimos dias -daí a decisão de esperar as últimas horas de vacinação para fazer a análise.
‘RESULTADO POSITIVO’
Para o secretário de vigilância em saúde do ministério, Osnei Okumoto, apesar de ainda não ter alcançado os 95%, o resultado preliminar é positivo.”Em vista da dificuldade que vínhamos tendo em vacinar, o resultado foi excelente por alcançar a meta e pela mobilização que a sociedade empreendeu”, afirma ele, que cita exemplos de prefeituras que optaram por manter postos em horário expandido para a vacinação -de 18h, passaram às 21h -como iniciativas que podem ser replicadas.
O percurso, porém, não foi tão simples. Antes prevista para terminar em 31 de agosto, a campanha foi prorrogada até esta sexta devido à dificuldade em atingir a meta. Naquela data, o índice ainda estava em 80%.
Com a prorrogação, o índice chegou em 94%. A estimativa, porém, era que ainda houvesse 800 mil crianças não vacinadas.
Destas, a maior preocupação é com a faixa daquelas de um ano, cuja cobertura ainda estava em 85,45%.Para Okumoto, é “pouco provável” que haja uma nova prorrogação da data final. “Estamos muito próximos de alcançar as metas”, disse.
Ele ressalta, porém, que os estados têm autonomia para tomar suas decisões. A vacinação, diz, continuará a ser ofertada como rotina nos postos de saúde.
REFORÇO EM JÁ VACINADOS
Realizada a cada quatro anos, a mobilização deste ano é focada em todas as crianças de um a menores de cinco anos, incluindo até mesmo aquelas já vacinadas.
O objetivo era reforçar a proteção contra as duas doenças e evitar um novo avanço do sarampo, doença que voltou a registrar casos no país neste ano.
De fevereiro até 10 de setembro, 1.673 casos da doença tinham sido confirmados no país, a maioria no Amazonas e Roraima, estados que enfrentam surtos da doença. Outros 7.812 permanecem em investigação.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que análise dos dados aponta redução de casos notificados nas últimas semanas de agosto em comparação a meses anteriores. A situação, porém, ainda é de alerta.
O mesmo ocorre em relação à poliomielite. Segundo a pasta, embora não haja circulação do vírus desde 1990 no país, o cenário preocupa diante da queda nas coberturas vacinais -o que aumenta o risco de retorno da pólio caso haja reintrodução do vírus e contato com não vacinados.
Com informações da Folhapress.